O que tem do outro lado?

Vejo muitas pessoas disseminando e acreditando fortemente na ideia de que comer de forma saudável dá muito trabalho e pouco prazer. Por que será? Provavelmente porque seja mais fácil pensar assim e não mudarmos absolutamente nada do que realmente deixarmos de lado esta ideia, arregaçarmos as mangas e começarmos a mergulhar neste novo universo.

Motivos para mudança temos aos montes! A busca por uma vida mais leve, mais coerente, perda de peso, doenças existentes, mudança de estilo de vida, crenças, vontade de ser uma referência para os filhos etc.

Como nutricionista, percebo, nos atendimentos que já fiz, que as pessoas não sustentam a mudança de hábito alimentar até que chegue num ponto em que percebam os verdadeiros benefícios de suas novas escolhas e os malefícios das más escolhas de um passado não muito distante. Quando mudamos a alimentação, nosso corpo inicia um processo de desintoxicação. Deveria ser um caminho sem volta, para a saúde do organismo e, consequentemente, da pessoa. Infelizmente, nem sempre isso acontece. É muito comum a pessoa, que já está num processo avançado de mudança, “cair em tentação”. Quando isso acontece, e é muito natural que aconteça, afinal de contas a alimentação e o nosso psicológico estão muito ligados, a pessoa passa muito mal. É o corpo se expressando como pode para passar a seguinte mensagem: ”Você me deixou mais seletivo. Me acostumei com coisas boas e não vou deixar você me estragar de novo”. Ao invés de a pessoa perceber isso, retomar o caminho e entender que aquela preparação já não poderá mais fazer parte da sua nova forma de se alimentar, ela, aos poucos, vai retomando todos os antigos hábitos e deixando o organismo menos seletivo e mal acostumado novamente. 

Vejo pessoas chegando muito perto de ultrapassar este estágio e incorporar realmente as mudanças, deixando para trás uma alimentação pouco nutritiva, para o corpo e para a alma. E então fica a dúvida: O que tem do outro lado? Não vou contar! Chegue lá e me conte você. Estou te esperando!

Agradeço a imagem de Bertsz, de Pixabay.